Dossiê: Os cursos de história: lugares, práticas e produções, organizado por Fabio Franzini (UNIFESP) e Rebeca Gontijo (UFRRJ)
Nos últimos 40 anos, o Brasil viveu a expansão dos programas de pós-graduação em História, fundamentais para o desenvolvimento da pesquisa histórica no país. Muito antes disso, diversos empreendimentos colaboraram na institucionalização dos estudos históricos, desde a criação do IHGB em 1838, passando pela breve experiência de uma faculdade de história vinculada ao mesmo instituto, até a criação dos primeiros cursos superiores nos anos 1930. A proposta desse dossiê é contribuir para a compreensão do que Michel de Certeau (1975) definiu como o lugar social de produção da historiografia. Lugar a partir do qual a história é escrita, reescrita ou não escrita, visto que esse mesmo lugar possibilita e interdita o que é possível pensar, investigar, escrever e divulgar, contribuindo para a fabricação do conhecimento e a definição das regras que o presidem. Este dossiê acolherá estudos sobre lugares institucionais, projetos e experiências de ensino e pesquisa, trajetórias individuais e produções relevantes para pensar a história dos cursos de História e das pós-graduações no Brasil e em outros países.
Envio de contribuições até 15 de novembro de 2012 -http://www.ichs.ufop.br/rhh
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Olá! Este blog tem por objetivo divulgar idéias, eventos e publicações relativos à Teoria da História e à História da Historiografia, de modo a constituir mais um canal de informação e incentivo ao estudo desses domínios.
Hello! Este blog tiene como objetivo difundir ideas, eventos y publicaciones relacionadas con la Teoría de la Historia y la Historia de la Historiografía,con el fin de proporcionar un canal adicional de información e incentivos para estudiar estas áreas.
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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Revista História da Historiografia: chamada para o dossiê Diálogos Historiográficos
Dossiê Diálogos Historiográficos, organizado por Iris Kantor (USP) e Tiago dos Reis Miranda (Universidade Nova de Lisboa)
Nesse dossiê faz-se um convite à reflexão sobre problemas, debates e formas de abordagem que de um modo ou de outro marcaram as historiografias portuguesa e brasileira desde meados do século XIX.
Os sócios fundadores do IHGB viveram o duplo dilema de construir uma historiografia de cariz “nacional”, tendo por base um legado que se queria antes de tudo “português” e um conjunto de fontes relativamente escassas, desorganizadas ou muito distantes. Vários esforços se empreenderam para ultrapassar esses obstáculos. E as sucessivas missões aos velhos acervos de Portugal, inauguradas por Francisco Adolpho de Varnhagen, foram certamente de enorme importância. Ainda assim, oitenta anos mais tarde Capistrano de Abreu confessava por carta a João Lúcio de Azevedo que, tanto pela dificuldade de acesso aos documentos, como pela falta de uma genuína tradição arquivística, a história do Brasil parecia ser “uma casa edificada na areia”.
O lançamento do Projeto Resgate “Barão do Rio Branco”, na segunda metade da década de 1980, coincidiu com uma série de novos espaços de interação entre ambos os países. Já neste século, passaram a ser rotineiros colóquios, seminários, congressos e pós-graduações com alunos e professores brasileiros e portugueses. Sucede, no entanto, com alguma frequência, que a suposta partilha de um mesmo passado e de tudo o que implica uma língua em comum não bastam para evitar mal-entendidos. Porque, de facto, existem parâmetros, semânticas e pontos de vista bastante diversos.
Propõe-se aqui reunir um leque de artigos que estimule abordagens comparativas e permita contextualizar as mais importantes polêmicas que acompanharam o desenvolvimento da historiografia luso-brasileira dos dois últimos séculos. Quais os seus territórios de confluência? Quais os motivos de maior distanciamento? Que obras tiveram um impacto mais duradouro na produção historiográfica de língua portuguesa? Como avaliar o peso relativo da diplomacia e de outras instâncias governativas ou oficiais na construção de um horizonte comum? De que maneira condicionamentos políticos (censura, prisões, degredos, exílios) e acadêmicos (grupos de estudo, “escolas”, espaços de influência, equipes de “repatriamento” de documentação) marcaram a produção historiográfica de ambos os países?
Procurando caracterizar a obra de Joaquim Barradas de Carvalho, Fernand Braudel cogitou com alguma ironia que se não consegue compreender Portugal senão a partir do Brasil. Neste começo de terceiro milénio, até que ponto se poderá sugerir formulação semelhante para explicar os caminhos de boa parte da nova historiografia brasileira?
Os interessados em submeter trabalhos para publicação nesse dossiê, devem enviá-los até o dia 15 de maio de 2012 através do site da revista: http://www.ichs.ufop.br/rhh .
Nesse dossiê faz-se um convite à reflexão sobre problemas, debates e formas de abordagem que de um modo ou de outro marcaram as historiografias portuguesa e brasileira desde meados do século XIX.
Os sócios fundadores do IHGB viveram o duplo dilema de construir uma historiografia de cariz “nacional”, tendo por base um legado que se queria antes de tudo “português” e um conjunto de fontes relativamente escassas, desorganizadas ou muito distantes. Vários esforços se empreenderam para ultrapassar esses obstáculos. E as sucessivas missões aos velhos acervos de Portugal, inauguradas por Francisco Adolpho de Varnhagen, foram certamente de enorme importância. Ainda assim, oitenta anos mais tarde Capistrano de Abreu confessava por carta a João Lúcio de Azevedo que, tanto pela dificuldade de acesso aos documentos, como pela falta de uma genuína tradição arquivística, a história do Brasil parecia ser “uma casa edificada na areia”.
O lançamento do Projeto Resgate “Barão do Rio Branco”, na segunda metade da década de 1980, coincidiu com uma série de novos espaços de interação entre ambos os países. Já neste século, passaram a ser rotineiros colóquios, seminários, congressos e pós-graduações com alunos e professores brasileiros e portugueses. Sucede, no entanto, com alguma frequência, que a suposta partilha de um mesmo passado e de tudo o que implica uma língua em comum não bastam para evitar mal-entendidos. Porque, de facto, existem parâmetros, semânticas e pontos de vista bastante diversos.
Propõe-se aqui reunir um leque de artigos que estimule abordagens comparativas e permita contextualizar as mais importantes polêmicas que acompanharam o desenvolvimento da historiografia luso-brasileira dos dois últimos séculos. Quais os seus territórios de confluência? Quais os motivos de maior distanciamento? Que obras tiveram um impacto mais duradouro na produção historiográfica de língua portuguesa? Como avaliar o peso relativo da diplomacia e de outras instâncias governativas ou oficiais na construção de um horizonte comum? De que maneira condicionamentos políticos (censura, prisões, degredos, exílios) e acadêmicos (grupos de estudo, “escolas”, espaços de influência, equipes de “repatriamento” de documentação) marcaram a produção historiográfica de ambos os países?
Procurando caracterizar a obra de Joaquim Barradas de Carvalho, Fernand Braudel cogitou com alguma ironia que se não consegue compreender Portugal senão a partir do Brasil. Neste começo de terceiro milénio, até que ponto se poderá sugerir formulação semelhante para explicar os caminhos de boa parte da nova historiografia brasileira?
Os interessados em submeter trabalhos para publicação nesse dossiê, devem enviá-los até o dia 15 de maio de 2012 através do site da revista: http://www.ichs.ufop.br/rhh .
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