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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Defesa de tese na USP

Alegoria Moderna: Consciência Histórica e Figuração do Passado na Crítica Literária de Sérgio Buarque de Holanda, de Thiago Lima Nicodemo

Data: quinta feira, dia 3 de fevereiro de 2011.
Horário de início: 9:00 hrs.
Local: Salão Nobre do Prédio da Administração da FFLCH - Rua do Lago, 717 - Cidade Universitária - São Paulo - Brasil (em frente ao prédio da FAU)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Lançamento FGV - Estudos de Historiografia brasileira

Sobre a história da historiografia brasileira como campo de estudos e reflexões, Lucia Maria Paschoal Guimarães
 
História e hermenêutica: uma questão de método? Guilherme Pereira das Neves
 
Entre as madalenas de Proust e o riso sob o guarda-chuva de Bataille: breve reflexão sobre a relação entre história e hermenêutica, Verena Alberti
 
Cairu e a emergência da consciência historiográfica no Brasil (1808-1830), Valdei Lopes de Araújo
 
Lições sobre a escrita da história: as primeiras escolhas do IHGB. A historiografia brasileira entre os antigos e os modernos, Temístocles Cezar
 
Ser historiador no Brasil: João Capistrano de Abreu e a anotação da História Geral do Brasil de Francisco Adolfo de Varnhagen, Fernando Amed
 
Capistrano de Abreu e a historiografia cientificista: entre o positivismo e o historicismo, Francisco José Calazans Falcon
 
História nacional, língua nacional e o "povo mesclado e heterogêneo", Ivana Stolze Lima
 
"Tipos", "primitivos, "decadentes": escrita etnográfica, secularização e tempo histórico no Museu Nacional, Rodrigo Turin
 
"Estudos fluminenses": a Faculdade Fluminense de Filosofia e a identidade regional, Rui Aniceto Nascimento Fernandes
 
Operando o Nordeste: da região que tem um flagelo a ser extirpado no diagnóstico do discurso da seca à região como uma estrutura estagnada no diagóstico do discurso do planejamento, Durval Muniz de Albuquerque Júnior
 
A trajetória de Henri Hauser: um elo entre gerações, Marieta de Moraes Ferreira
 
A década de 1930, entre a memória e a história da historiografia brasileira, Fabio Franzini
 
José Honório Rodrigues e a invenção de uma moderna tradição, Rebeca Gontijo
 
Em tempos de epidemia biográfica: Octávio Tarquínio de Sousa e sua busca por homens históricos, Marcia de Almeida Gonçalves
 
A biografia de d. João VI: implicações teóricas e metodológicas, Lucia Maria Bastos Pereira das Neves
 
Os muitos tempos de Gilda: sobre biografia e estratos do tempo, Benito Bisso Schmidt

Lançamento - Lições de História: o caminho da ciência no longo século XIX (Ed. FGV / EDIPUCRGS)

Como se praticou o ofício de historiador no longo século XIX?

Os autores aqui reunidos são expressivos de um fazer historiográfico monumental, e as lições desses mestres reclamam novo diálogo com sua obra, sine ira et studio. Certamente, há muito já fomos além. Só não podemos apagar a lembrança do caminho percorrido, para nos situarmos com senso no presente, ante os caminhos que se abrem a nossa frente (texto extraído da capa).

Acaba de ser lançada pela FGV a coletânea Lições de História: o caminho da ciência no longo século XX. A obra foi organizada por Jurandir Malerba e reúne textos representativos de historiadores do século XIX, tais como: Michelet, Chateaubriand, Ranke, Gervinus, Thomas Carlyle, Thomas Macaulay, Lord Acton, Foustel de Coulanges, Gabriel Monod, Charles Seignobos, Paul Lacombe, Ernest Lavisse, Henri Berr e Ernst Troeltsch, entre outros. Os textos são apresentados pelos seguintes autores: François Dosse, Daniela Kern, Lilia Moritz Schwarcz, Teresa Malatian, Julio Bentivoglio, Leandro Konder, Jurandir Malerba, Sergio Campos Gonçalves, Marcos Antonio Lopes, Temístocles Cezar, Teresa Cristina Kirschner, Helenice Rodrigues da Silva, Raimundo Barroso Cordeiro Jr., José Carlos Reis e Sergio da Mata.

Simpósio Temático Metahistória: ação humana e produção do conhecimento histórico.

XXVI SIMPÓSIO NACIONAL HISTÓRIA
ANPUH 50 anos
São Paulo, 17 a 22 de julho de 2011.
Universidade de São Paulo (USP)
Cidade Universitária



096. Metahistória: ação humana e produção do conhecimento histórico.
Coordenadores: ESTEVÃO CHAVES DE REZENDE MARTINS (Pós Doutor(a) - Universidade de Brasília)

Resumo: Nos últimos anos, no Brasil, as diversas dimensões da reflexão do historiador sobre a própria atividade têm chamado, de maneira crescente, a atenção dos historiadores.
Poderíamos dividir as dimensões reflexivas em algumas etapas. Inspirados na “matriz disciplinar” proposta por Jörn Rüsen, discernimos algumas etapas sem as quais o trabalho do historiador torna-se inconcebível: (a) percepção de crises de orientação social e culturalmente localizadas; este domínio pode ser tratado a partir de temas e conceitos como memória, esquecimento, tradição, crise. (b) elaboração de idéias capazes de refletir e pensar sobre sujeitos históricos; trata-se de um campo cujos textos pertencem às ditas “filosofias da história” (c) fundamentação metódica de um conhecimento fiável e verificável; este é frequentemente denominado de “teoria da história”, ou mesmo “metodologia da história” (d) estratégias de apresentação e construção do discurso; aqui se encontram os debates de história da historiografia e teoria da historiografia; (e) maneiras de construção de identidade a partir da comunicação e ensino do conhecimento metodicamente elaborado e formalmente narrado; é muito comum encontramos os muitos estudos sobre didática da história. A este conjunto de preocupações podemos chamar de metahistória.
Neste simpósio, a proposta se concentrará nos pontos (b) e (c). A preocupação consiste, portanto, em discutir não somente as maneiras de pensar o processo histórico (b), mas também de construir o conhecimento histórico (c).
Justificativa: Em nossos dias, a metahistória ocupa um lugar fundamental, e não somente nos bastidores da produção historiográfica. Sem a metahistória, o historiador não adquire consciência de seu trabalho, e, assim, torna-se um instrumento dócil em uma época de descontrolada informação e relativismo de valores. Para se diferenciar como profissional – e eventualmente defender a regulamentação de sua profissão – o historiador precisa ter consciência das etapas que constituem o seu processo de trabalho, podendo, assim, se diferenciar e dialogar com formas de representação do passado que reivindicam – e muitas vezes o conseguem, mesmo que comercialmente – reconhecimento cultural.
Possuir conhecimento do todo do processo histórico, pretensão habitualmente cultivada pelos filósofos da história (Voltaire, Herder, Kant, Hegel, entre outros), é algo considerado ultrapassado. Mas uma área do conhecimento não pode ser avaliada somente pela validade de suas respostas tradicionais, mas, também, pela permanência da validade de suas questões. Não é porque os autores clássicos das filosofias da história devem e podem ter seus conceitos fortemente revistos e relativizados, que devemos deixar de lado a pergunta: “por que chegamos a um ponto que não foi nosso objetivo inicial?”. O projeto moderno ocidental, por exemplo, não previa, por exemplo, Auschwitz. Assim como o aquecimento global não foi intenção consciente e deliberada da industrialização. Sobretudo, se pensarmos que as filosofias da história nos permitem identificar as ações significativas (os sujeitos da história) capazes de explicar transformações desconcertantes em um primeiro momento, toda e qualquer tematização sobre a idéia de história terá sentido sempre quando perguntarmos sobre a natureza e o limite da ação intencional humana.
Identificados ou mapeados os limites e a natureza da ação significativa humana, ou seja, percebido o que o historiador deve estudar (conforme o caso), há de se perguntar como ele deve elaborar o que considera relevante. Aí entram o método e suas implicações epistemológicas. Ao elaborar metodicamente, que sujeito do conhecimento é produzido? Que objeto do conhecimento é construído?
Este simpósio temático, portanto, propõe pensar duas das dimensões mais fulcrais do processo de construção do conhecimento histórico, dimensões essas que correspondem a etapas da formação da consciência que o historiador têem da relevância e da viabilidade de seu trabalho.
CALDAS, Pedro. Uma dificuldade no caminho do historicismo: uma leitura de Droysen com filtro marxista. In: ARAUJO, Valdei Lopes de et alli. A Dinâmica do Historicismo: revisitando a historiografia moderna. Belo Horizonte: Argvmentvm, 2008.
DOSSE, François. A história em migalhas. São Paulo: Ensaio; Unicamp, 1992.
FEBVRE, Lucien. Combates pela história. Lisboa: Presença, 1977.
FURET, François. L’atelier de l’histoire. Paris: Flammarion, 1982.
GINZBURG, Carlo. A micro-história e outros ensaios. Lisboa: Difel, 1989.
JAMESON, Fredric. O marxismo tardio. São Paulo: Boitempo, 1997. [Orig. 1987].
LADURIE, Emmanuel Le Roy.
Le territoire de l’historien. Paris: Gallimard, 1973.
LE GOFF, Jacques (Org.). La nouvelle histoire. Paris: Retz/CEPL, 1978.
LLOYD, Christopher.
As estruturas da história. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1995.
MALERBA, Jurandir (Org). A história escrita. Teoria e história da historiografia. São Paulo: Contexto, 2006.
MARTINS, Estevão C. de Rezende. Historiografia alemã no século 20: encontros e desencontros, em Malerba, Jurandir (Org.). Historiografia contemporânea em perspectiva crítica. Bauru: são Paulo, 2007, p. 45-68.
_______. Voltaire, em Lopes, Marcos A. (Org.). Idéias de história: tradição e inovação de Maquiavel a Herder. Londrina: Eduel, 2007, p. 177-202.
______. A História pensada: Teoria e método na historiografia europeia do século XIX. São Paulo: Contexto, 2010.

Bibliografia: BLOCH, Marc. Histoire et historiens. Textos reunidos por Étienne Bloch. Paris: A. Colin, 1995.
BRAUDEL, Fernand. Escritos sobre a história. São Paulo : Perspectiva, 2005, 2a. ed.
BURKE, Peter. A Escola dos Annales 1929-1989: a revolução francesa da historiografia. São Paulo: Unesp, 1991.
CARBONNELL, Ch.-O/WALCH, Jean (Org.). Les sciences historiques de l’Antiquité à nos jours. Paris: Larousse, 1994.
CERTEAU, Michel de. A escrita da história. São Paulo: Forense Universitária, 2008, 2a ed.
CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difel, 1990.
MATTOSO, José. A escrita da história: teoria e métodos. Lisboa: Estampa, 1988.
MENDES, José M. Amado. A história como ciência. 3. ed. Coimbra: Coimbra, 1993.
MOMIGLIANO, Arnaldo. The classical foundations of modern historiography. Berkeley: Univ. of California Press, 1990.NOIRIEL, Gerard. Sur la “crise”de l’histoire. Paris: Belin, 1996.
REVEL, Jacques. Histoire et sciences sociales: les paradigmes des Annales. Annales ESC, n. 6, nov./déc. 1979.
RÜSEN, Jörn. Reconstrução do passado (II) História viva (III). Brasília: EdUnB, 2007
______. Razão histórica: os fundamentos da ciência histórica (I).
Brasília: EdUnB, 2001.
STERN, Fritz (org.). The Varieties of History: From Voltaire to the Present. New York: Vintage Books, 1973
TOPOLSKI, Jerzy. Historical explanation in historical materialism. In: Poznan; Studies in the Philosophy of the Sciences and the Humanities, 1989, v. 19.
VEYNE, Paul. Como se escreve a história. Brasília : EdUnB, 1998, 4a. ed.VILAR, Pierre. Une histoire en construction: approche marxiste et problématiques conjoncturelles. Paris: Gallimard, 1982.
WHITE, Hayden. The historical text as a literary artifact. Clio, v. 3, n. 3, p. 277-303, jun. 1974.
______. Tropics of discourse: essays in cultural criticism. Baltimore; London: The Johns Hopkins Univ. Press, 1978.
______. Metahistória. São Paulo: Edusp, 1991.
______. Trópicos do discurso. SP 1995


Simpósio Temático A formação do campo historiográfico: a historiografia em movimento

XXVI SIMPÓSIO NACIONAL HISTÓRIA
ANPUH 50 anos
São Paulo, 17 a 22 de julho de 2011.
Universidade de São Paulo (USP)
Cidade Universitária



008. A formação do campo historiográfico: a historiografia em movimento
Coordenadores: TEMÍSTOCLES AMERICO CORREA CEZAR (Pós Doutor(a) - UFRGS), VALDEI LOPES DE ARAUJO (Doutor(a) - UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO)

Resumo: Este simpósio temático pretende reunir pesquisadores preocupados com a revisão das narrativas tradicionais sobre a formação do campo historiográfico entre os séculos XVIII e XIX no espaço ocidental, aqui incluído o caso brasileiro. Na oportunidade em que a Anpuh comemora os seus 50 anos e propõe uma reflexão coletiva sobre os temas da institucionalização, da memória e da comemoração, pretendemos colaborar para o debate discutindo esses temas sob a ótica da história da própria disciplina.
Justificativa: Este Simpósio Temático, que por muitas edições teve a sorte de contar, entre seus organizadores, com a figura do Professor Manoel Luiz Salgado Guimarães, sempre esteve preocupado com a abertura de um espaço para o debate da história da historiografia em uma perspectiva pluralista, em forte interface com os demais setores de pesquisa na historiografia brasileira e universal. Este ano, na oportunidade em que Anpuh comemora os seus 50 anos, propomos rediscutir alguns temas clássicos relacionados à história da historiografia moderna em sua dimensão institucional e disciplinar entre os séculos XVIII e XIX.
A relação entre historiografia, nacionalidade e Estado foi um dos eixos do debate nas últimas décadas, cabe-nos agora perguntar em que sentido avançamos na compreensão dessas interrelações? O que permanece válido e o que foi demolido pela onda crítica que expôs os vínculos de poder embutidos nos modelos historiográficos? Quais os novos objetos, as abordagens e perspectivas surgidas nessas últimas décadas e de que modo podemos hoje mapear as agendas de pesquisa que orientam pesquisadores, grupos e redes ativas na investigação das dinâmicas historiográficas entre os séculos XVIII e XIX?
Os temas clássicos da historiografia que estavam voltados para os processos de modernização e cientificização da disciplina foram substancialmente ampliados por abordagens que apontavam para uma realidade muito mais complexa. Da história institucional à das ideias, da história cultural, do livro e da leitura até o entrecruzamento entre história política e social, passando pelos estudos literários e filosóficos, a história da formação da disciplina ou da cultura histórica foi ampliada até tornar-se um tema central para a compreensão da história geral dos séculos XVIII e XIX. A proposta do simpósio é pensar essa pluralidade no passado e no futuro da disciplina.

Bibliografia: ALCIDES, Sérgio. Estes Penhascos: Cláudio Manoel da Costa e a paisagem de Minas (1753-1773). São Paulo: Hucitec, 2003.
ARAUJO, Valdei L. de. A Experiência do Tempo: conceitos e narrativas na formação nacional brasileira (1813-1845). São Paulo: Hucitec, 2008c.
CEZAR, Temístocles. “A retórica da nacionalidade de Varnhagen e o mundo antigo: o caso da origem dos tupois” In GUIMARÃES, Manoel L. S. (Org.) Estudos sobre a escrita da história. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006, pp. 29-41.
GUIMARÃES, Lúcia M. P. Debaixo da Imediata Proteção de Sua Majestade Imperial o IHGB (1838-1889). Rio de Janeiro, RIHGB, 156(388) 459-613, jul.set., 1995.
GUIMARÃES, Manoel L. S. “Entre as luzes e o romantismo: as tensões da escrita da história no Brasil oitocentista”. In ____. (Org.) Estudos sobre a escrita da história. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006, pp. 68-85.
KANTOR, Iris. Esquecidos e Renascidos: historiografia acadêmica Luso-brasileira. São Paulo: Hucitec, 2004.
MOLLO, Helena M. História Geral do Brasil: entre o tempo e o espaço. In: COSTA, Wilma P. & OLIVEIRA, Cecília H. de S. (org.). De um Império a outro: formação do Brasil, séculos XVIII e XIX. São Paulo: Hucitec: Fapesp, 2007.
OLIVEIRA, Maria da Glória de. Escrever vidas, narrar a história. Rio de Janeiro, IFCS, mimeo., 2009.
SILVA, Taíse T. Q. da. “A erudição ilustrada de Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-77) e a passagem da historiografia das belas letras à história nacional”. In GUIMARÃES, Manoel L. S. (Org.) Estudos sobre a escrita da história. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006, pp. 114-137.
TURIN, Rodrigo. Tempos cruzados: escrita etnográfica e tempo histórico no Brasil oitocentista. Rio de Janeiro: IFCS/UFRJ, Tese, 2009, mimeo.
VARELLA, Flávia F. "A Escrita da História da Independência do Brasil: a polêmica do Correio Official com O Chronista sobre a História do Brasil de John Armitage". In Sérgio da Mata et alii. Anais do 2º SNHH. Ouro Preto: EdUFOP, 2008.



Simpósio Temático História e historiografia: do realismo à contemporaneidade

XXVI SIMPÓSIO NACIONAL HISTÓRIA
ANPUH 50 anos
São Paulo, 17 a 22 de julho de 2011
Universidade de São Paulo (USP)
Cidade Universitária



067. História e historiografia: do realismo à contemporaneidade
Coordenadores: REBECA GONTIJO TEIXEIRA (Doutor(a) - UFRRJ), SÉRGIO DA MATA (Pós Doutor(a) - UFOP)

Resumo: A proposta do simpósio é promover o diálogo entre estudos que, ao problematizarem o conceito e a prática da historiografia, contribuam para uma reflexão acerca das relações de força, tensões e ambiências implicadas nas escolhas teóricas e metodológicas associadas à produção do saber histórico. Trata-se ainda de promover o debate sobre temáticas como o processo de profissionalização da história enquanto disciplina científica; as relações de tensão-proximidade entre as diversas historiografias nacionais; as querelas historiográficas contemporâneas; o impacto promovido pelo diálogo com as ciências sociais; a era de ouro das "grandes narrativas"; a historiografia contemporânea sob o signo do linguistic turn e a crítica pós-moderna; as relações entre história e memória no mundo contemporâneo, entre outros assuntos relacionados às práticas historiográficas observadas desde a década de 1870 até os dias atuais.
Justificativa: Na qualidade de discurso e prática cultural, a escrita da história é uma das estratégias de conformação e de crítica da(s) identidade(s) que grupos e sociedades elaboram sobre si e sobre os outros. Materializada como narrativa escrita, presta-se a usos diversos ao instituir concepções, valores, imagens, enfim, ao conferir sentidos para as ações de sujeitos, individuais e coletivos. Hoje, o conceito de historiografia define um campo de investigação estabelecido. Ao questionar as configurações desse campo acreditamos poder elucidar o caráter movediço de sua identidade como conhecimento e como forma de escrita e, ao fazê-lo, situar, em alguma medida, a historicidade de seus objetos, questões e métodos, bem como as aproximações, afastamentos, sobreposições face a gêneros outros, como a literatura, as biografias, as crônicas, o jornalismo, etc. Nesses termos, para além das análises sobre autores e obras, ou pelo redimensionamento desse enfoque à luz de suas condições sociais de produção, destacam-se, em igual proporção, as possibilidades de abordar as formas de conceber a história, o tempo, a memória que essa modalidade escrita categoriza, pereniza, encobre, descobre.

Bibliografia:
BRAUER, Daniel (ed.). La historia desde la teoria, vol. I. Buenos Aires: Prometeo Libros, 2008.
_____. La historia desde la teoria, vol. II. Uma guia de campo por el pensamiento filosófico acerca del sentido de la historia y del conocimiento del pasado. Buenos Aires: Prometeo Libros, 2009.
CATROGA, Fernando. Memória, história e historiografia. Coimbra: Quarteto, 2001.
DASTON, Lorraine. Die Kultur der wissenschaftlichen Objektivität. In: OEXLE, Otto G. (Hrsg.) Naturwissenschaft, Geisteswissenschaft, Kulturwissenschaft: Einheit – Gegensatz – Komplementarität? Göttingen: Wallstein, 2000.
DELACROIX, Christian et al. Historiographies: concepts et débats I. [Paris]: Folio Histoire, 2010.
DELACROIX, Christian et al. Historiographies: concepts et débats II. [Paris]: Folio Histoire, 2010.
DELACROIX, Christian; DOSSE, François; GARCIA, Patrick. Les courants historiques en France : XIXe-XXe siècle. Paris: Editions Gallimard, 2007.
DOSSE, François; DELACROIX, Christian; GARCIA, Patrick. Historicidades. Buenos Aires: Waldhuter Editores, 2010.
ECKEL, Jan; ETZEMÜLLER, Thomas (Hrsg.) Neue Zugänge zur Geschichte der Geschichtswissenschaft. Göttingen: Wallstein, 2007.
ELVERT, Jürgen & KRAUB, Susanne (Hrsg.) Historische Debatten und Kontroversen im 19. und 20. Jahrhundert. Stuttgart: Franz Steiner, 2003.
GERTZ. René e CORREA, Silvio M. de S. (org) Historiografia alemã pós-muro: experiências e perspectivas. Passo Fundo: UPF Editora; Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2007.
FRIEDLANDER, Saul (compilador). En torno a los limites de la representación: el nazismo y la solución final. Bernal: Universidad Nacional de Quilmes Editorial, 2007.
HARTOG, François. Des regimes d’historicité. Paris: Seuil, 2003.
KELLEY, Donald. Horizons of Intellectual History: Retrospect, Circumspect, Prospect. The Journal of the History of Ideas, vol. 48, n. 1, 1987.
KOSLOWSKI, P. (ed). The Discovery of Historicity in German Idealism and Historism. Berlin: Springer, 2005.
MALERBA, Jurandir (org.) Lições de história. O caminho da ciência no longo século XIX. Rio de Janeiro: FGV, 2010.